Arranca esta sexta-feira, no Estoril, a edição deste ano do Chefs On Fire, o mais popular festival de gastronomia, fogo e música. Muita gente não sabe, mas Chefs On Fire era uma prática que existia na Idade Média e que consistia em queimar numa fogueira os cozinheiros quando os pratos não agradavam ou não vinham no ponto. As figuras da nobreza provavam e ou arrotavam ou gritavam “CHEFS ON FIRE!”.
A prática não viria a sobreviver ao wokismo já naquele tempo e perdeu-se. Séculos mais tarde havia de se recuperar, mas apenas na forma de degustação de picantes. Também esta tradição havia de perder adeptos, mais uma vez na forma de críticas à desumanidade do procedimento, que consistia em alinhar 20 chefs e dar-lhes a provar 20 picantes, com apenas um copo de água meio cheio ou meio vazio, depende da perspectiva, para todos.
Só muito tempo depois, em 2018, o Chefs On Fire havia de regressar na forma de festival gastronómico e de música, uma versão muito soft, adaptada aos tempos modernos e snowflake.
Durante três dias – 8, 9 e 10 de Setembro – dezenas de chefs cozinham com fogo na Fiartil – espaço onde também se realizam tradicionalmente a feira do artesanato e muitos mercaditos estilo Primark beta. Para além da gastronomia, há muita música e animação. Há também bebida e nenhum sumo detox, a única condição que foi pedida pelos fundadores do evento, ainda na Idade Média. “Sumos detox é que não”, ficou escrito numa pedra, que ainda hoje se pode visitar na Fiartil. Peça a alguém da organização para lhe mostrar.
