Segunda-feira, Maio 12, 2025
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Bom ano! Qual é o ano, já agora!?

O dia 1 de Janeiro é muito bom para dar início a um espaço de crónicas diárias porque ninguém está a ler. Às oito da manhã, que é a hora de publicação da nova crónica diária Uma Por Dia, do dia 1 de Janeiro… ninguém está a ler. Só estamos aqui nós os dois, eu e o meu estimado leitor. Mais ninguém. Podemos dizer o que nos apetecer.

A verdade é que, sempre que muda o ano, são muitas as resoluções e promessas. No entanto, invariavelmente, acorda tudo no dia 1 sem saber em que ano está. Pode ter passado a noite inteira a gritar “feliz 2020”, mas poucas horas depois não fará a mais pequena ideia do ano em que se encontra, se é 2020 ou 1978.

“Meu Deus, tantos automóveis na rua…”, dirá Simplício, que acha que nasceu em 1921 depois de ter levado com a rolha de uma garrafa de champanhe irrepreensivelmente no meio da testa. Com Simplício já a dormir, os amigos estiveram a medir a marca que a rolha deixou e concluíram que não podia ter sido mais certeira.

Não é fácil acreditar numa Humanidade que promete sempre melhorar mas que nunca conseguiu sair do sofá no dia 1. O ano começa, na verdade, lá para dia 3 ou 4.

Entretanto, muitas promessas caem logo às primeiras horas do primeiro dia do ano. Sobretudo as promessas que têm como objectivo cessar vícios. Quando se olha para o relógio e se constata que já estamos no novo ano, ora bolas, pronto, fica então para o próximo ano.

Felizmente os anos têm 365 dias, este novo curiosamente tem 366. Mas suponhamos que os anos eram as semanas. Metade do ano passava-se de ressaca. A outra metade era a preparar a cadela.

Foi por isso que quando decidi lançar a Uma Por Dia no dia 1 pensei também que talvez fosse melhor iniciá-la num dia em que houvesse pessoas vivas. Não uma amostra de pessoas vivas, que é aquela dezena que acorda fresca no dia 1 e que se passeia pelo mundo sozinha, mas um número suficiente de pessoas vivas para a crónica poder ser lida.

Acontece que lançar o que quer que seja quando ninguém está à espera é uma táctica de guerra praticamente infalível. Por isso tem tudo para correr bem.

Bom ano. Se não falarmos antes.

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