Foi a surpresa deste primeiro dia de julgamento da Operação Marquês. José Sócrates pediu a palavra no início da audiência, esta manhã. Concedida, o ex-primeiro-ministro disse à juíza que é “humorista”.
“Bem sei que toda a gente acha que eu sou quase engenheiro e que fui político durante alguns anos, mas, senhora doutora juíza, chegou a hora de dizer a verdade… eu sou humorista”, afirmou José Sócrates, “e dos melhores porque repare que ninguém diria, mas sou mesmo humorista”.
“Quer que faça uma graça?”, ofereceu-se para demonstrar, mas a juíza recusou, para alívio de todos.
Sobre os crimes de que é acusado, Sócrates lá confessou que uma ou outra coisa poderá ter sido praticada, “mas eu estava a brincar, senhora doutora juíza, sempre fui muito brincalhão”.
“Eu, em Alijó, não era conhecido por Sócrates, mas por Chaplin”, continuou, “‘olhem, lá vem o Chaplin’, diziam e eu fazia uma palhaçada, às vezes não corria bem e eles diziam assim ‘ó Chaplin, essa foi tão má que até Alijó’ e eu respondia ‘pronto, desculpem a Maçada’, que é a freguesia, Vilar de Maçada”.
“Foi tudo uma grande partida, senhora doutora juíza…”, concluiu. Sobre o Ministério Público, Sócrates foi peremptório: “Sabe o que é que eu chamo aos procuradores? Anjos.”