Nesta aquisição do Banif pelo Santander, há coisas muito estranhas. Por exemplo, o Santander veio revelar que encontrou situações inesperadas no Banif. Entre outras coisas, diz que descobriu que não é dono da sede do banco que comprou.
Situações inesperadas encontram-se quando uma pessoa é largada por um helicóptero no meio da savana, só com um canivete e um fardo de palha, sendo que o fardo de palha é só para fazer peso. Quando se compra um banco, não pode haver tanto suspense.
Portanto, das duas, uma. a) O Santander pode estar a fazer este ar de espanto só para dar a entender que talvez não tenha feito um negócio assim tão bom. Se for isto, ninguém acredita, pois se tivesse sido mesmo enganado já estava a tentar reverter o negócio ou a lutar, pelo menos, por uma compensação. b) O Santander foi mesmo enganado, mas então a grande pergunta é: Como pode uma instituição avaliar o negócio dos outros, financiando-o ou não, executando-o ou não, quando nem uma compra para si sabe fazer!?
“Ah, mas o dinheiro é deles, fazem dele o que quiserem, se o perderem é deles” – poderá dizer o Leitor que tenha andado fora nos últimos tempos. Para sermos benevolentes, digamos que o dinheiro que circula nos bancos é tanto deles como, pelos vistos, as suas sedes.