Segunda-feira, Julho 8, 2024
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“Nunca me tinham apontado um saco de confettis”: Mário Draghi em entrevista depois do ataque

largea_draghi-attack1429107314O presidente do Banco Central Europeu foi esta quarta-feira alvo de um protesto de uma activista que arremessou artigos de festa para cima do responsável, durante uma conferência de imprensa na sede do banco. Depois de acalmar, o responsável falou com o Imprensa Falsa.

Imprensa Falsa: O que é que se sente numa situação daquelas?

Mário Draghi: Não consigo descrever. Nunca me tinham apontado um saco de “confettis”. Primeiro pensamos que é o nosso aniversário, mas depois ocorre-nos que não fazemos anos naquele dia. Depois pensamos que talvez seja o aniversário da activista, mas não faz sentido ela fazer a festa em cima da nossa mesa. A partir daí não sabemos mais o que pensar.

IF: Não se escondeu debaixo da mesa. Porquê?

MD: Quando era para ir já lá estava o Vítor Constâncio.

IF: Em algum momento pensou que podia ter chegado a hora?

MD: Eu confesso que às tantas comecei mais a pensar que podia ter chegado o bolo.

IF: Mas estava com cara de pânico.

MD: Ah, sim, mas é igual, eu faço cara de pânico quando estou à espera de um bolo.

IF: Teme que os activistas possam vir a endurecer a luta? Receia novos ataques e mais perigosos?

MD: É claro que depois do que fizeram, sabemos que da próxima vez podem trazer também chapéus com elástico e serpentinas. Bombinhas infelizmente não, porque a segurança lá em baixo não deixa passar. Mas não há nada a fazer, temos de estar atentos.

Vítor Constâncio: Mário, já posso sair? A maluca já foi agarrada?

MD: Pode sim, Vítor. Não sabia que ainda estava aí. Com que então é como aquelas crianças que fogem das festas?

VC: Não me diga nada.

MD: Havia de ver a sua cara, Vítor. Parecia que tinha visto o Nuno Melo.

IF: O BCE vai reforçar as medidas de segurança?

MD: Não vejo razões para isso, mas vamos passar a numerar as páginas, que era um hábito que não tínhamos, e quando eu vejo as folhas a irem pelo ar ainda foi o que me deixou mais arrepiado.

IF: Para terminar, o IF trouxe então aqui um bolo…

MD: Ai que bom, veja a minha cara de pânico… Maravilha! E é para me atirar à cara ou é mesmo para comer?

IF: Para comer.

MD: Uau, que bom. Vítor vá ver se a activista por acaso não tinha na mochila pratos de plástico e guardanados.

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