“Temos de protestar, lutar pelos nossos direitos, não podemos ficar no sofá, se não formos nós a defender os nossos interesses, ninguém defenderá”, foi com estas palavras que Simplício, proprietário de um monovolume de 2004, convenceu a família a participar num protesto, este fim-de-semana, contra o aumento do IUC nos automóveis anteriores a 2007.
“Fran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran”, Simplício deu à chave, mas pode ser do frio. “Esperem”, pediu Simplício. “Fran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran”, continuou o monovolume. “Vá lá, é por ti, anda lá…”, suplicava Simplício, mas a monovolume: “Fran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran-ran”.
Ao cabo de algumas tentativas, acabariam por desistir e voltar para casa. “Nestas coisas, o que conta verdadeiramente é a intenção e nós quisemos muito ir”, tentava animar Simplício.
Certo é que ninguém apareceu no protesto contra este aumento do IUC, suspeita-se que pelas mesmas razões. “Estamos a falar, como se vê, de automóveis que nem sempre andam, era o que faltava pagarem mais por um imposto de circulação”, justificava um membro da organização do protesto, que já calculando foi de metro. “No máximo, devia pagar-se IUCAV, o imposto único de circulação às vezes”, acrescentou.