Nem todos se sentem à vontade para falar sobre o tema, mas a votação precoce afecta cada vez mais eleitores. Com pouca expressão há uns anos, hoje são cada vez mais os eleitores que não aguentam até ao acto eleitoral.
“Já votei, já, mas preferia não falar nisso”, afirma Simplício, um eleitor que pediu para não se identificar. Ah, bolas. Desculpa, Simplício.
Graças ao estigma social, são raros os casos em que os eleitores pedem ajuda. “Aparecem cada vez mais, mas ainda é residual”, reconhece o presidente da ALTO, Associação Livre para o Tempo Oportuno, que deixa alguns conselhos: “O eleitor deve tentar concentrar-se noutras coisas, não deve pensar em política, deve tentar distrair-se.”
“Agora nas autárquicas, até me estava a aguentar, cheguei inclusivamente ao acto, mas quando estou à procura da minha mesa…”, acrescenta Simplí, ou melhor, um eleitor que não se quis identificar.