O país parece chocado com a decisão, por parte da Câmara de Oeiras, de retirar um cartaz crítico do encobrimento dos abusos pela Igreja. No entanto, o Imprensa Falsa sabe que há mais decisões da autarquia no sentido de proteger as Jornadas Mundiais da Juventude de qualquer assunto mais desagradável.
“Fecharam-nos aqui no Oeiras Valley, eu só disse há dias que as Jornadas tinham sido dispendiosas e os procedimentos de contratação não eram os mais transparentes”, desabafa Simplício, que conseguiu levar um telemóvel às escondidas para dentro do Valley.
“A minha mulher também está aqui fechada porque comentou com uma amiga as questões dos abusos”, acrescenta, “não temos comida e a água é da torneira, eu tenho de beber Monchique por causa do pH”.
Segundo este indivíduo, devem estar ali trancados cerca de 90 mil habitantes, mais de metade da população.
“Alguns nem disseram nada desagradável, mas pensaram”, acaba por explicar o presidente da autarquia, que dá garantias de libertar todos no dia seguinte ao encerramento das Jornadas, “não temos qualquer interesse em manter estas pessoas nesta situação em que elas próprias se colocaram por não saberem comportar-se”.