Se pensa que o BPN saiu muito caro é porque ainda não viu o sistema de home theater que o antigo comandante da Protecção Civil adquiriu com o cartão da instituição. Só as colunas davam para pagar o buraco do banco Insular.
Mas calma. Aparentemente tudo isto parece apropriação de bens públicos, mas saiba que este homem, que tinha à sua disposição 80 milhões de euros, garante que só quis proteger o dinheiro dos contribuintes de intempéries e outras calamidades.
«Lembro-me de um dia, por exemplo, estava na sede da protecção civil e estava um bocado de vento. Não era nada de especial, mas o suficiente para bater umas portas. E eu vou assim para um camarada “escuta lá, isto está um vento que não tarda ainda voam uns 450 euros, não é melhor a gente ir metê-los na marisqueira ali em baixo?”, e assim foi, fomos à marisqueira e metemos lá os 450 euros. “Pronto, estes já não voam”, ainda me lembro do meu camarada dizer isto no fim da mariscada», recorda o antigo comandante da Protecção Civil.
«Noutra ocasião, senti a terra a tremer. “Olá!”, pensei eu, “isto é um sismo ou pelo menos um deslizamento de terras”, e fui a correr comprar um iPad, porque se ocorresse um dos dois cenários, o iPad ia sempre resistir muito melhor que o dinheiro, que se estraga logo, sobretudo se apanhar água e terra. O iPad não, porque eu tinha um visto um vídeo no You Tube que aquilo aguenta tudo», acrescenta.
«Hoje criticam-me por ter comprado um iPad, mas se tivesse deixado lá aquelas centenas de euros e se tivesse vindo um terramoto e destruído tudo, agora diziam-me “ao menos tivesses ido comprar um iPad”… olhe, sabe o que é?, neste país, quase que se vai preso por ter cão e por não ter», conclui o antigo responsável pela autoridade máxima de segurança, ele que é já considerado uma das maiores calamidades a assolar o território português nos últimos 150 anos.