Um estudo encomendado pelo Imprensa Falsa à Universidade de Serpa concluiu que ninguém, absolutamente ninguém, quer saber onde estava, nem o que estava a fazer quando se deram os atentados nos Estados Unidos, em 11 de Setembro de 2001.
“Olhe que perguntámos a uma série de gente e nem uma quis saber, é que nem uma”, explica o professor Simplício, chefe do departamento de Interessologia da Universidade de Serpa.
“E nalguns casos ainda perguntámos, mas então nada acha giro saber-se onde estavam as pessoas, os seus amigos, quando se deu um acontecimento tão traumático… e nada, ninguém quis saber”, acrescenta.
Recorde-se que, sempre que há eventos desta natureza, é frequente sentir-se a necessidade de recordar aqueles momentos e partilhar com os outros onde nos encontrávamos. O Imprensa Falsa estava na redacção e acabou por não cobrir o acontecimento porque estava a acontecer e o IF já na altura preferia noticiar o que não ocorre.
“Cá está, nem de propósito”, interrompe o professor Simplício, “esse relato pessoal sobre onde estava o pasquim no 11 de Setembro interessou a cerca de… um momento que ainda estamos a contabilizar… está quase… exacto, zero pessoas”.
Para este estudioso de Interessologia, está por explicar esta necessidade de as pessoas começarem a dizer onde estavam em determinado momento.
“Sejam os eventos maiores ou mais pequenos, porque também há quem queira dizer onde estava quando foi aquele apagão grande, da cegonha que fritou num poste da EDP”, acrescenta, “ou seja, não é preciso estar a falar-se de eventos enormes, como o 11 de Setembro, que eu por acaso nem vi porque na altura fazia medronho e estive o dia todo no monte, sem rede”. Questionado sobre a quem isso pode interessar, onde ele estava no 11 de Setembro, o profressor responde simplesmente “gaita…”.