Não sei se são boas ou más notícias, mas haverá mudanças profundas no Imprensa Falsa. É uma espécie de “Querida, Mudei o Pasquim”. Antes de mais, um pouco de história.
O Imprensa Falsa nasceu há praticamente duas décadas – isto é verdade, atenção – porque eu não gostava das notícias que havia, então passei a fazer as minhas próprias. Era um grande empreendedor, fui dos primeiros unicórnios, na altura as pessoas ainda tinham medo e fugiam. Hoje dão-nos brunch. Mas foi assim mesmo. Um dia estava a ler o jornal e a pensar que não gostava das notícias, mas em vez de reclamar para lá, fui fazer as minhas próprias. Como também sou filantropo, comecei a distribuir.
Sei que muitas pessoas pensam que “somos” vários a escrever o Imprensa Falsa, mas “sou sozinho”. Caramba, isto agora ficou um pouco triste. Não fiquem assim, é por vontade própria. Não é preciso terem pena. E muitas vezes vêm visitar-me. Oh! Se era para ficarem assim não tinha dito nada.
Vamos animar – ou não – com as novidades. O IF vai manter alguma produção de sátira, mas vai alargar os seus conteúdos e não é pouco. Haverá crónica, muita crónica. Política, sociedade, opinião, humor, sátira, arte e até gastronomia. A exclusividade da sátira limita muito e a verdade é que, hoje em dia, as notícias verdadeiras também já são muito boas. Não viram ontem o debate? Os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, num momento em que existe a ameaça de uma terceira guerra mundial, a discutir quem joga melhor golfe? Com a breca, o meu ofício na sátira não faz mais sentido e neste caso nem foi a inteligência artificial que deu cabo dele, foi a estupidez natural, que é uma tecnologia muito mais testada.
Sei que muitos estão cá apenas pelas notícias e não querem outros conteúdos. É arrastar o dedo – ou o corno, no caso dos unicórnios – e continuar a fazer scroll.
Muito obrigado,
@zepiter
