Enquanto o mundo teve de estar atento para tentar ver o cometa Nishimura a determinadas horas e era preciso que não estivessem nuvens, já em Portugal não foi apenas possível vê-lo a passar, como inclusivamente a parar na área de serviço da Mealhada.
“Estou a fazer tempo…” explicou um Nishimura visivelmente enfadado, porque ainda tinha de estar ali umas horas. “Eu ando a 90 km por segundo, portanto imagina a ripada que não levo, fico sem carta…”, acrescenta, isto numa altura em que muitos portugueses estavam à procura dele no céu.
“Já arranco, não posso fazer nada… têm de ter paciência”, concluiu, antes de pedir mais uma café, “também se não me virem agora, volto daqui a 437 anos… passa a correr”.
Apesar do espanto que foi ver um cometa tão perto, os funcionários da área de serviço não gostaram da surpresa. “Com certeza, é um cometa, eu percebo, mas também passam por cá muitos camionistas, hã, que também fazem muitos quilómetros, e não é esta poeira toda… por amor de Deus, com franqueza… rebenta-me uma montra, manda pó por todo o lado… sinceramente, acho que temos de ter respeito pelo trabalho dos outros”, desabafava Simplícia, mas entretanto passou-lhe e pediu uma selfie com Nishimura.
“Tens Instagram, cometa? Para te taggar…”, procurou saber, mas C/2023 P1 não tem redes sociais.