Com o relatório da Inspecção-Geral de Finanças e a conferência de imprensa dos ministros das Finanças e das Infraestruturas, esta tarde, é cada vez mais claro que todos os escândalos na TAP, nos últimos tempos, serviram apenas para demitir a CEO da companhia, com justa causa, porque ninguém conseguia dizer o seu nome e não ficava bem tratá-la por uma alcunha, tipo ‘baguette’.
“Quando chegou cá a senhora, nós até pensávamos que era uma nova variante da Covid”, recorda Simplício, funcionário da empresa, “foi o pânico, alguém disse ‘chegou a Ourmières-Widener’ e correu tudo para casa, em teletrabalho, muitos ainda não voltaram”.
Tomou-se então a decisão de correr com a nova CEO, mas tinha de ser com justa causa, para não ter de se pagar uma indemnização. Ainda por cima, se ela era generosa para com as suas inimigas, para si havia de deixar a TAP com 20 paus para o querosene. É nesse momento que entra em campo Alexandra Reis, com a missão de provocar a senhora todos os dias, dizendo-lhe que percebia tanto de aviões como de columbofilia. Convidada a sair, levou com uma indemnização ilegal porque a CEO sabia lá como é que isto funcionava por cá em termos de burocracias.
Entretanto, para dar força ao escândalo, Pedro Nuno Santos oferece-se para se demitir. “Eu demito-me, ninguém vai desconfiar”, terá dito, com o Governo todo a pedir-lhe para reconsiderar, “não, também não consigo dizer o nome da mulher, nunca consegui, faço isto pelo meu país”.
A partir daí foi fácil. Entraram as Finanças, concluíram que não se podia ter dado aquela indemnização. Esta tarde, o ministro das Finanças anunciou que a CEO, sem nunca dizer o seu nome, está fora. E pouco depois, como seria de esperar, Alexandra Reis anuncia que devolve a indemnização, como estaria previamente combinado.