Passados todos estes anos, aquelas senhoras tinham razão. Os automóveis eléctricos, que são o pináculo da inovação, andam sempre em primeira, provando-se por isso que é desnecessário engrenar mais velocidades num veículo.
“Se agora não era de te enfiar um banano”, comenta a avó Simplícia, que usa aparelho há muitos anos por causa dos gritos do neto a pedir-lhe para meter mais mudanças. “Se não fossem os tremores…”, acrescenta, “ó filha, estás a ouvir-me, podes mandar uma lambada neste fedelho por mim?”.
Recorde-se que Simplícia fazia cerca de 30 quilómetros por dia, sempre na mesma velocidade, encontrando-se muito à frente do seu tempo.
“Era acelerar e quando se estava a chegar perto do alvo, tirar o pé”, relata e hoje parece óbvio, mas foi três décadas antes dos engenheiros chegarem à mesma conclusão.
Simplícia, com 89 anos, teve hoje a oportunidade de experimentar um carro que, na verdade, ajudou a desenvolver. “É isto mesmo, muito confortável, ups, foi abaixo…”, comenta, mas na verdade o carro não tem motor.
“Ah, o meu Volkswagen também não tinha. Ou melhor, quando o comprei tinha, mas quando o despachei já ia sem motor”, conclui.