De repente, o aeroporto de Lisboa parece uma infraestrutura tomada por bichos, numa cidade fantasma. Um dia é o bloqueio de taxistas que não deixam passar ninguém, obrigando turistas a uma espécie de walking dead to the airport. Às vezes há argelinos a correr pela pista. Também há argelinos a pedir para ir escapar, com a desculpa de que vão fumar. Este sábado, novamente argelinos – há aqui um padrão – tentaram abrir a porta de um avião que já rolava na pista para a descolagem. Entretanto, ao fim do dia, um avião da TAP havia de rebentar um pneu na aterragem, encerrando a pista por várias horas.
Penso que talvez seja melhor Lisboa começar a servir-se do aeroporto de Beja, porque o de Lisboa está possuído. Os passageiros já nem vão para o aeroporto de Lisboa com medo do avião. Vão com medo do aeroporto.
Então a cena dos argelinos… Ainda não ocorreu às autoridades portuguesas que há um problema com argelinos no aeroporto de Lisboa? Não é nada contra eles. Adorava, aliás, que fossem franceses. Ou belgas. Mas dá-se o caso de serem sempre argelinos a correr pelo aeroporto sem ser para apanhar o avião, antes pelo contrário, para fugir dele.
A vontade de cá ficar dos argelinos é tanta que muitos portugueses estão doidos por conhecer a Argélia, para ver se também ganham o mesmo amor por isto. Deve ser disso mesmo que precisavam os portugueses mais rezingões: uma semana na Argélia.
Também se pode dar o caso de não ser tanta a vontade de ficar cá, mas sobretudo a vontade de não regressar para lá. Ou seja, muito provavelmente, no fim do cigarro, os argelinos já estão em Espanha. Nesse caso pergunto porque é que os continuamos a mandar para a Argélia, em vez de os mandarmos, pela calada, para Espanha? Até podiam seguir do aeroporto de Beja, que ninguém está a contar que descole de lá nada.
Certo é que é preciso fazer alguma coisa pelo aeroporto de Lisboa, pois não tarda a ASAE está a fechar aquilo. Pelo menos para actividade aeroportuárias, pois como food court até funciona. É caro, mas é asseado.