Bem diz o Governo que é preciso ver oportunidades em tudo. Foi o que fez a fábrica Adubos de Portugal, que depois de dizimar Vila Franca, largou o negócio dos adubos e passou a vender torres de refrigeração para grupos radicais e terroristas.
«Por exemplo, esta aqui é a torre de refrigeração ADP 300, que arruma com 300 habitantes/hora, foi a que usámos agora no ataque a Vila Franca, não sei se viram na televisão, pois, exactamente, é muito boa e parece grande mas transporta-se bem», ia explicando Simplício, comercial da Adubos de Portugal, numa feira no Afeganistão.
«Queremos algo mais potente, senão arrumamos contigo já aqui», pediu um terrorista ao Simplício, que já sabia que estas feiras são comercialmente muito agressivas. «Calma, calma, não é preciso perdermos a razão… Tenho aqui a ADP 5000, que trata de 5000 habitantes/hora e tem um raio muito maior, mas é assim, também é muito mais alta e eu sei que vocês, para o vosso trabalho, precisam de alguma discrição», explicou Simplício.
«Queremos 5», encomendaram os radicais. «Está muito bem, deixem-me só dizer-vos que se levarem 10 recebem um visto Gold, que é assim, hoje não precisam, mas amanhã há uma operação que corre pior e dá sempre jeito», informou Simplício. «Queremos 10», concluíram então. «Excelente escolha, deixem-me dizer-vos que se fosse terrorista também era a ADP 5000 que eu escolhia, mas às vezes aparecem terroristas com menos dinheiro, grupos radicais mais pequenos, e nós temos de mostrar os nossos modelos todos, como compreendem, mas eu vi logo que os senhores eram para a ADP 5000», acrescentou Simplício.