Nos últimos tempos, tem sido claro que os homens do BES, todos eles, alertaram sempre para o que se estava a passar. Inclusivamente, alguns deles chegaram a ir trabalhar de gravata vermelha, que é um sinal claro de que algo se está a passar. Gravata verde, «tudo ok». Gravata vermelha, «olá… passa-se aqui alguma coisa».
Mas os sinais não vinham só da indumentária. Houve também muitas tossidelas. «Os senhores deputados poderão verificar na acta do dia 2 de Maio que eu a dada altura tossi e dois meses depois, na reunião de 10 de Julho, ao verificar que as autoridades nada tinham feito na sequência da tossidela de 2 de Maio, fiz então aquele «hã hããã», estilo garganta seca, mas que ali era obviamente para denunciar a ocultação de prejuízos», relatou no Parlamento, esta semana, Simplício Espírito Santo.
No entanto, e como se sabe, nenhum destes alertas surtiram efeito, o que levou alguns homens do BES ao desespero: «Passei uma manhã inteira a bater no vidro do meu gabinete e a gritar “estamos a ocultar prejuízos”, mas só mais tarde, depois de fracturar o pulso em três sítios, é que percebi que o Dr. Ricardo Salgado tinha posto vidros duplos no edifício.»