Nestas eleições europeias, a abstenção volta a ser a grande vencedora, mas tal não significa que o povo não esteja interessadíssimo nessa coisa da democracia. A questão é cultural. Os portugueses deixam tudo para a última, de maneiras que só puderam reflectir hoje e contavam ir votar amanhã.
Há poucos minutos, quando ouviram que as urnas tinham encerrado, os portugueses ficaram muito nervosos e começaram a ligar para as juntas para saber se não podem ir votar amanhã, até porque estavam quase a decidir-se.
«Minha senhora, dê-me mais cinco minutos porque eu ainda estou indeciso entre o Marinho e o Pinto», afirmava há pouco Simplícia, num telefonema para a Junta.