Um exercício da Câmara de Lisboa, esta segunda-feira, não correu como seria de esperar. A ideia era testar o alerta de tsunami, mas milhares de pessoas correram para a zona ribeirinha para ver a onda, em vez de se afastarem para zonas altas, como mandam as recomendações.
“O que é isto?”, interrogava-se Simplício, ao escutar o sinal de aviso emitido por potentes colunas instaladas junto ao rio. “É um tsunami!”, apercebeu-se, “temos de ir ver, se eu conseguir tirar uma boa foto tenho milhares de likes no Instagram”.
As autoridades, que se encontravam em Belém a assistir ao exercício, acabaram por ter de gerir uma multidão de pessoas e um trânsito que entupiu a cidade. “O boato de que se esperava um tsunami correu depressa, apesar de termos avisado que era apenas um exercício, de maneiras que as pessoas quiseram vir ver, em vez de se afastarem”, lamenta o capitão Simplício, que também está a dar uma entrevista junto à orla.
Certo é que a autarquia lisboeta vai ter de tomar medidas. “Estamos a pensar colocar o alerta de tsunami na zona alta da cidade, perto do aeroporto, por exemplo, e assim, quando o tsunami vier, apita lá em cima e eles correm para lá, salvando-se de apanhar mesmo com a onda”, admite o autarca, “o problema é que isto só funciona uma vez, porque eles depois percebem”.