Quando ontem se soube que estavam aviões russos a sobrevoar Portugal, os portugueses largaram o que estavam a fazer e correram para a rua a acenar para o céu e a gritar “estamos aqui, estamos aqui”, julgando que os militares russos os tinham vindo salvar.
«Depressa, Simplícia, estão aí os russos, vieram buscar-nos», gritou Simplício, que já tinha desenhado na colina as letras “H-E-L-P”.
«O russos? Mas a gente nem escreveu ao russos, Simplício», desabafava Simplícia, enquanto metia o caniche na mala de transporte. «Não interessa, filha, vieram os russos por isso é com os russos que a gente vai, se calhar deviam um favor a algum dos países a quem escrevemos, vá, depressa», concluiu Simplício.
Um pouco por todo o país, fizeram-se fogueiras, havia pessoas em cima dos telhados, onde houvesse um bocadinho de vegetação estava alguma coisa escrita para os pilotos lerem. No entanto, o governo português foi mais rápido e conseguiu afastar a ajuda.
Os portugueses já voltaram entretanto para dentro e escreveram aos russos a dizer que é melhor aparecerem durante uma reunião do conselho de ministros e quanto ao Presidente da República não há problema porque ele quando diz que está a ouvir aviões russos a Primeira Dama dá-lhe os comprimidos e põe-no a dormir uma sesta.