É curioso o debate em torno da escola pública ou privada, numa altura em que a situação económica do país já mandava que a escolha, em relação ao trabalho dos mais pequenos, fosse entre a indústria têxtil ou a siderurgia. Mas querem continuar a ter discussões de ricos, portanto vamos a isso.
Mais do que pensar no que é melhor para as crianças, os adultos devem pensar no que é melhor para aquelas pessoas que lhes vão pagar a reforma. Este é o ponto fundamental. Não é tanto a educação dos filhos, é sobretudo a educação das pessoas que vão pagar as reformas.
Se as criancinhas saírem imbecis, sem competências para nada e que só apreciam o ócio, os mais velhos vão mendigar ou ter de trabalhar até ao último minuto. Mas se as criancinhas forem trabalhadoras, espertas e bem formadas, a idade pode mesmo vir a ser dourada.
Ora, é neste contexto que devemos fazer a escolha. Esqueçam o bem-estar das crianças e só pensem no futuro delas porque é o vosso. Não tenham pena, pois elas também vos poriam a trabalhar numa mina se de lá viesse mais massa para brinquedos.
Pessoalmente, acho que nem a escola pública nem os colégios privados são escolhas adequadas para esta estratégia. Bom bom seria as crianças portuguesas estudarem em colégios na Suíça, esses austeros estabelecimentos de ensino de onde 10 em cada 10 saem directamente para os mais altos cargos internacionais, nas mais diversas áreas.
Com uma geração formada em colégios na Suíça, o único drama dos mais velhos seria o que fazer com aquela reforma tão grande.
Sucede que é caríssimo estudar na Suíça. Sobretudo quando se está a pensar numa geração inteira. Portanto, o Estado teria de ajudar, pois teria. Contratos de associação ou não, não sei, o importante é dar qualificações e contactos aos meninos, porque eles a estudar na escola da área da residência nem para eles vão ter, quanto mais para os pais.