Terça-feira, Março 19, 2024
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Ter coração de porco, juba de leão e quinta pata

É um razoável avanço científico. Ficou esta semana a saber-se que um homem recebeu um coração de um porco. Há naturalmente uma questão moral relevante, porque ninguém perguntou ao porco se cedia o seu coração, mas também aqui os benefícios superam largamente o interesse na opinião do suíno.

A necessidade de tal operação prende-se, como sabemos, com a escassez de corações no mundo, apesar de ninguém estar tão preocupado quanto com a falta de chips para automóveis, que já provocou atrasos na produção em praticamente todas as marcas. Não ter coração é como o outro, mas nunca mais chegar o Audi é desesperante. 

Certo é que é inevitável, depois de se ter visto um transplante de coração de porco, começarmos a sonhar com o uso de outras peças de animais, pois oferecem um sortido de órgãos e membros bastante interessante. Sem querer criar grandes expectativas, suponhamos que o leão nos ajuda com os transplantes capilares. Não só se contorna a calvície, como o indivíduo aparece com uma exuberante juba. De igual modo, a disfunção eréctil poderá ir buscar ao cavalo uma preciosa ajuda, naquilo que será uma mudança de 8 para 80 na vida sexual do paciente. 

Problemas de visão, que sempre aparecem com a idade… talvez as águias nos possam ajudar. O mesmo para os problemas de audição, mas neste caso o nosso melhor amigo deverá ser o elefante. Pôr mamas pode agora ser feito com produtos biológicos, assim os camelos emprestem as suas bossas. 

As hipóteses são praticamente infinitas. Claro que se coloca uma questão importante e muito actual: Haverá efeitos secundários? Bom, até à data, o homem que recebeu o coração de um porco não grunhiu nem chafurdou.

São boas perspectivas, porque nenhum careca aceitava uma bela juba se isso implicasse rugir e comer pessoas em Land Rovers descapotáveis. A vida sexual é importante, mas relinchar a meio do acto é praticamente um contraceptivo. E bem assim, a mulher que pôs bossas jamais o teria feito se soubesse que ia começar a cuspir para as pessoas quando se sentisse ameaçada. 

É preciso, portanto, mais informação, mas são boas notícias. A correr mesmo bem, será necessário um vice-almirante para coordenar toda a logística.

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