A Comissão de inquérito ao BES continua e o Imprensa Falsa sabe que já terá mesmo descoberto que o tal BES era um banco.
«Espere, espere, espere… calma lá, o senhor falou em depósitos?», quis saber um deputado. «Exactamente», confirmou o inquirido. «E em depositantes…», continuou o parlamentar. «Também disse depositantes, sim, isso mesmo», voltou a confirmar o inquirido. «Sim senhor, faça o favor de prosseguir», concluiu então o deputado, olhando para um colega como que a dizer “eu bem te dizia que era um banco, só podia”.
No entanto, ainda não é consensual, entre todos os partidos, que se tratava de um banco. Os partidos da direita continuam a dizer que é cedo para se tirar conclusões nessa matéria e pedem mais tempo para se ouvir mais pessoas.
«Alto! O senhor disse “balcões”?», pareceu-lhe ouvir outra vez, ao mesmo deputado. «Balcões, correcto», confirmou o inquirido, precipitando uma conclusão do parlamentar: «Bom, senhoras e senhores deputados, eu penso que está claro para todos, neste momento, a que é que se dedicava esta entidade, portanto vou poupar algum tempo e questionar directa e frontalmente o senhor doutor, perguntando-lhe: O Banco de Espírito Santo era um banco?»
«Um banco, exactamente», afirmou o inquirido. «Então porque não disse logo e precisou de ser confrontado com a minha atitude frontal? Julgou que podia vir aqui e esconder tal facto do Parlamento? Já esteve cá ontem, voltou hoje, tinha cá estado faz amanhã quinze dias, por causa de outro assunto, e nada», afirmou o parlamentar, visivelmente irritado. «Não, mas eu…»,, tentou dizer o inquirido, mas o parlamentar interrompeu-o: «Peço à mesa que distribua a acta da audição de ontem e de hoje, para que se constate que o inquirido nunca afirmou que se tratava de um banco, tendo aliás, várias vezes, e numa tentativa clara de omitir um facto relevante ao Parlamento, usado a expressão “instituição financeira”».
