À primeira vista, não se percebia se era mais um protesto. Dois activistas apareceram colados, esta manhã, no centro de Lisboa. “Queres ver que é um protesto de activistas contra activistas?”, interrogava-se Simplício, que não pôde ficar para ver porque teve de apanhar o autocarro.
“Vão ficar aí sem fazer nada? Não nos podem dar uma mãozinha?”, gritou entretanto um dos activistas para a multidão que se começava ali a formar, tentando perceber o que se passava. “Mãozinha? Querem lá mais um colado, querem ver!?”, desabafava um mirone.
“Isto não é pelo planeta! Nós colámo-nos por descuido! Importam-se de nos dar uma ajuda!?”, suplicavam os activistas. “É isso mesmo! Vocês são a geração que sofre com tudo isto! Lutem pelos vossos direiros!”, ouvia-se, no entanto, da multidão, que continuava a achar que se tratava de um protesto. “Pelo menos desta vez não se puseram na estrada…”, também se ouvia.
Recorde-se que nem a polícia os ajudou. Chegados ao local, constataram que só se encontravam duas pessoas num fraterno abraço, sem atrapalhar ninguém, não tendo sido levada a cabo qualquer diligência. A PSP até afastou a multidão para deixar os activistas mais à vontade.
“Nunca viram?”, perguntava o agente Simplício, “um deles deve ir estudar para fora, vá, vamos a dispersar…”.
