O hacker adoptado por Ana Gomes ouviu esta segunda-feira a sentença, mas já a tinha lido várias vezes, até fez algumas alterações. A versão original tinha uma ou outra expressão mais desagradável e Rui Pinto alterou para coisas mais simpáticas.
“Extorquiu? Extorquiu, não… solicitou o pagamento de um serviço não solicitado, assim é que é…”, ia sussurrando Rui Pinto, numa madrugada da semana passada. “Queria enriquecer? Enriquecer, não… pretendia financiar o seu projecto de serviços não solicitados com taxas mais apetecíveis do que aquelas que são praticas pelos bancos, assim é que é…”, continuou.
Certo é que a juíza, durante a leitura do acórdão, esta segunda-feira, atrapalhou-se várias vezes ao ler o documento, que lhe parecia mexido, até porque não é normal um Tribunal referir-se a um arguido como “jovem adorável preocupado com o amanhã”.
Recorde-se que a leitura esteve para ser adiada devido a um problema no sistema informático CITIUS, mas o próprio Rui Pinto forneceu internet com o router que transporta permanentemente em cima da cabeça.