Marcelo Rebelo de Sousa é conhecido pela sua popularidade e por estar sempre próximo do povo, próximo como nunca nenhum outro presidente esteve, excluindo Mário Soares, que conserva esse recorde graças à lambada na Marinha Grande, mas nesse caso foi durante menos tempo.
Ainda assim, Marcelo pode ter conseguido, neste Natal, bater-se a si próprio em matéria de popularidade e de representação do seu povo. Primeiro, na véspera de Natal, antes da Consoada, foi para um tasco no Barreiro virar ginjinhas. Tantas que até apareceu o padre – neste caso, Dom Américo Aguiar -, e Marcelo começou a agarrar-se ao representante do clero e a dizer “óóóólha quem chegou, sai mais uma rodada”.
Até aqui tudo bem e não foi a primeira vez. Mas foi a primeira vez que se apresentou no tasco com uma desavença familiar em curso, tendo aproveitado para dizer mal, neste caso, do filho. Copos antes do jantar e uma briga familiar é o mais popular que um Chefe de Estado pode chegar na noite mágica.
Já com a língua solta da ginjinha, que poderá ter caído num singelo Fortimel, Marcelo não se ensaiou para dizer mal do Dr. Nuno, seu filho. “Ele viu que daqui não levava nada, foi ao Lacerda pedir batatinhas…”, estou a citar de cor, pode não ter sido isto que o senhor presidente disse. “Ó Simplício, põe aqui mais um bocadinho…”, também é de cor, Marcelo pode não ter pedido mais nenhuma ginjinha.
Quem é que não se identifica com o seu Chefe de Estado, depois disto? Reparem que acabou a jantar com Dom Américo Aguiar e eu não sei, mas posso imaginar, que acordaram os dois numa penthouse no Barreiro, de pessoas que não conhecem, com uma tatuagem nova. “Fala com o Lacerda Sales”, pode ler-se.
Não sei, mas é uma possibilidade.