O país parou este domingo, à hora de almoço, para ouvir o discurso do novo secretário-geral do Partido Socialista, no encerramento do congresso que decorreu este fim-de-semana. Nos cafés ficou tudo em silêncio para ouvir a televisão, não havia ninguém nas ruas, nos aviões o comandante colocou no sistema de som um discurso que também se ouviu nas prisões, nas unidade de saúde, em todo o lado.
Há muito tempo que o discurso de um político não era tão aguardado e ouvido por tanta gente.
No entanto, a desilusão não havia de demorar e minutos antes do fim do discurso já tinha voltado tudo à sua vida. Em causa está a referência de Pedro Nuno Santos a um aumento do salário mínimo e às promessas, também, de aumentos do salário médio. Os portugueses estavam à espera de ouvir falar em valores de indemnizações.
“Pensava que este era diferente, mas está visto que não”, lamenta Simplício, que diz que deixou o almoço ficar frio para isto, “vem falar-me de emprego… estávamos à espera que ele viesse prometer pôr tudo na rua, porque diziam que este era bom era a indemnizar”.
A verdade é que, em todo o discurso, o novo secretário-geral do Partido Socialista nunca se refere à política de indemnizações. Especialistas dizem que pode estar a guardar o trunfo para o final da campanha.