Em nome do Imprensa Falsa, quero aproveitar esta altura, porque noutra não faria sentido, para desejar a todos um Bom Carnaval. Ou Santo Carnaval, se usar ensebados como agasalho.
Como assim não estamos no Carnaval? Pessoas de máscara a pregar sustos umas às outras é o quê? Semblantes com zaragatoas a sair-lhes do cérebro. Não se pode entrar naquele quarto escuro porque o tio Simplíco está em isolamento. Zombies a dizer que aquilo não é nada, estão só constipados. Vem a tia a tossir, diz que é alérgico. Só podem estar a brincar. Isto é das alterações climáticas. O tempo anda de todo e as festas também. Agora é Carnaval em Dezembro.
Vai tudo janota para a Consoada. O dress code desta vez é Squid Game. Ou biquíni.
Mas importa falar, neste Carnaval, daqueles que o passam sozinhos em virtude do isolamento. Bela desculpa. Tossiram uma vez e foi porque se engasgaram, mas ligaram logo para a linha de saúde. “Não é preciso fazer teste, eu isolo-me”, ofereceram-se e depois ligaram para a família. “Como é que isto me foi acontecer, mas não vos quero pôr em risco, nem pensar, não seria capaz, olha, pingo no nariz, tenho de desligar”.
Não é ser chalupa, mas suspeito que parte substancial das infecções que se verificam são psicossomáticas. O Natal aproximou-se, começaram a imaginar aquelas perguntas “então e namorados?, “quando é que te casas?”, “e filhos?”… acusaram logo positivo, mesmo em pcr. Por isso não têm sintomas. Nem sintomas, nem doença. Só uma vontade muito forte de não levar com a família.
Enfim, um Bom Carnaval para todos. Desliguem essa Mariah Carey e mais o Bublé. Ponham samba.