Depois várias tentativas, o Guinness World Records lá conseguiu voltar a conectar o astrolábio que um grupo de mergulhadores encontrou no local onde naufragou uma nau da frota de Vasco da Gama.
“É curioso porque achávamos muito difícil voltar a ligar o astrolábio e até pensámos que a dificuldade que estávamos a sentir derivava da antiguidade do equipamento, mas na realidade era o nosso bluetooth”, explica Simplício, do Guinness World Records.
Certo é que depois do emparelhamento, a mensagem em português não deixava margens para dúvidas: “Em Ursa Maior, vire à direita em direcção à Índia.”
“O astrolábio ainda estava com a última morada colocada pela tripulação da Esmeralda, é muito curioso, passado este tempo todo, não ter feito reset”, acrescenta Simplício.
Na verdade, ainda se levantaram algumas questões, uma vez que a mensagem era em português do Brasil, como muitos GPS, o que levou alguns juízes do Guinness a pensar que o instrumento de navegação era na verdade brasileiro.
Acontece que o astrolábio terá sido construído quatro anos antes do achamento do Brasil, pelo que se concluiu que só poder ser português.
Entretanto, a descoberta motivou um grupo de empreendedores a lançar uma startup, a AstroMaps, que vai desenvolver astrolábios para telemóvel com navegação através das estrelas.
“No fundo, é um GPS biológico, porque utiliza satélites naturais”, explica Vera Antares, uma das empreendedoras.
Numa primeira fase, devido à necessidade de ir observando o céu, a AstroMaps só vai funcionar em descapotáveis, motociclos, velocípedes e trotinetes.